sábado, julho 17, 2010

Mudanças

Esse ano foi cercado de mudanças. Algumas ruins e muitas boas. Nunca fui muito a favor de mudanças, sou conservador de nascença, por excelência.

Por favor, entendam que quando digo conservador, isso não significa que sou contra as mudanças do tempo ou qualquer outro tipo de mudança social e tudo o mais. Eu sou. Quando digo conservador, significa que não gosto de mudanças drástica na minha vida.

A primeira mudança nesse ano, foi negativa. Melhor dizendo, sua causa foi negativa mas o resultado, pelo menos a longo prazo, foi positiva. Um grande amigo meu faleceu esse ano, prefiro dizer faleceu e não morreu, a palavras parece diminuir o peso que seu significado carrega, mesmo não atenuando de forma alguma a importância de sua definição. Morte é uma palavra pesada, uma coleção de letras com um poder avassalador, como uma chave de um dispositivo com alto poder de destruição. Uma palavras proibida em qualquer busca para felicidade.

Já havia experimentado a perda de pessoas próximas, já vi minha porcentagem de parentes morrerem e sempre entendi a perda como uma das forças inexplicáveis do tempo e uma das emoções que você começa a sentir e entender melhor com a maturidade. Nenhuma perda - nenhuma - chegou perto da morte desse meu amigo. Ainda não sei explicar a razão para tamanho impacto. Ele era novo, idade próxima a minha. Mas não é isso. Ele era um amigo, um bom amigo. Mas ainda também não era isso, estávamos afastados um do outro, não muito para esquecermos do passado mas o suficiente para gerar sentimentos conflitantes dentro de cada um. Mas a morte, a perde definitiva dessa pessoa, mudou completamente minha percepção da importância das relações entre as pessoas. Meu entendimento sobre a amizade e o grau de afeto foi jogado pelos ares e ainda está girando na órbita terrestre, em meio a fragmentos de lixo espacial e a massa negro do universo.

Penso todos os dias nele quando passo pela sua casa ou quando olho, da rua, para a janela de seu quarto onde costumava ficar a bandeira de seu time preferido. Acho que também comecei a entender o que é saudades.

sábado, julho 10, 2010

Tentativa e Erro: como voltar atrás com o mínimo de dignidade.

A vida resume-se, muitas vezes, a isso: tentativa e erro. Também há quando a tentativa dá em um belo acerto. Mas vamos ater-nos ao erro. Meu erro.

Acredito que toda pessoa com alguma ligação com a internet, e acredito que sejam muitas, em algum momento de suas vidas – suas existenciais digitais – são tomadas por um desejo de evolução. Mais espaço, mais comodidade, mais qualidade. Mais. Sempre mais. E eu queria mais. Então mudei, como todas as outras pessoas que querem mais fazem, para outro lugar, outra casa.

Meus meses no Livejournal renderam textos assumidamente fracos e sem qualquer inspiração que valesse a pena e um gostinho de arrependimento no fundo da garganta, quase atingindo a superfície como aquela mistura alcoólica ameaçando uma breve aparição indesejada enquanto você está sacudindo dentro do carro com cheiro de novo de um amigo prestativo.

Os meses arrastaram-se, assim como as minhas palavras. Mesmo assim, continuei, persistindo no erro. Mas há sempre aquele momento, no meu caso, sempre aquela livraria com, consequentemente, aquele livro. E esse livro era Destrinchando, da excelente (na minha opinião, que persiste em se mostrar como única) Julie Powell. Destrinchando segue o estilo autobiográfico misturado com ficção que a autora utilizou em Julie & Julia (outro favorito). O texto continua o mesmo com um toque de conversa intimista, um toque de blog, digamos assim. Esse simples toque despertou o antigo espirito blogueiro-que-se-acha-escritor dentro de mim. E aqui estou eu, me redimindo, afastando-me do erro e voltando ao Verdades Pessoais.

Nada melhor do que uma canção para comemorar...

Eu voltei
Tudo estava igual como era antes,
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei,
E voltei

Eu voltei, agora pra ficar,
Porque aqui, aqui é o meu lugar
Eu voltei, pras coisas que eu deixei,
Eu voltei, eu voltei”

Roberto Carlos, como sempre, mostrando-se o verdadeiro Rei! rsrsrsrsrs

Bem... voltei! E já me sinto bem vindo.