sábado, março 31, 2012

Acordei cedo esse sábado decido a arrumar minhas coisas. Tenho muitos livros deixados em pilhas, empoeirados, abandonados e descuidados. Admito que dedico pouca atenção a aqueles não me agradaram, mesmo que respeitando-os como as entidades que são. Acordei hoje desejando prestar-lhes respeito e o mínino de atenção. A mesma atenção que prestamos as coisas - e pessoas - que são pouco interessantes, mas dignas de respeito. 

Retirei todos do lugar, limpei-os um à um, despondo-os em cima da minha cama ainda desfeita. Alegrei-me em encontrar alguns títulos que já considerava perdidos e arrependi-me de ter dado outros que agora sinto falta. Não, falta não: saudades. Sinto saudades de alguns deles. 

Entre livros encontrei três cadernos antigos, completamente preenchidos com poesias, contos, idéias, desenhos, pensamentos, desabafos e confissões. 

Não tive coragem de lê-los, nem mesmo os folheei. Não sinto saudade das partes de mim que deixei impressas nas folhas já secas e amassadas desses cadernos, apenas as respeito como as entidades que são.

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