quarta-feira, junho 24, 2009

A Balança

Sabe aquela Crise dos 22, eu ainda estou nela. Ando cansado, dormindo mal e triste. Na verdade essa tristeza é o motivo para esse post. Imagino que exista uma balança entre coisas boas e ruins que acontecem nas nossas vidas e que no final da nossa existência, nós, de alguma forma, possamos medir e ver se nossa vida foi satisfatoriamente boa ou ruim.

A minha balança já está completamente desregulada pendendo fortemente para os momentos tristes. Não existe um equilíbrio na minha vida, passo por grandes períodos de tristezas e poucos pontos de felicidade e outros de inexistência emocional. Não sei se essa montanha russa emocional é normal na vida das outras pessoas, por isso não posso tomar essa falta de equilíbrio como algo recorrente.
Só sei que depois de tanto tempo navegando nessas águas meu corpo está extremamente cansado, se eu pudesse somente deitar e deixar de existir por algum tempo meu corpo agradeceria. De alguma forma não consigo mais chorar pela minha tristeza enquanto outros acontecimentos simples mais não menos cheios de emoções trazem lágrimas aos meus olhos. Livros, música e filmes não abrem mais portas para um escape como antigamente. Talvez as portas ainda sejam abertas mais eu não consigo mais atravessá-las. Sempre decidi dar tempo para que todas as emoções se acertem dentro de mim, mas acho que isso não vem mais acontecendo, mas eu continuo esperando que tudo se acerte com o tempo.

Todas essas lamentações realmente devem soar chatas e estranhamente clichês e infantis talvez, mas eu realmente precisava escrever alguma coisa sobre tudo isso. O texto também pode estar um pouco confuso e mal escrito e isso de certa forma colabora para a atmosfera e para a mensagem em cada palavra, cada letra escrita. Lutei o dia todo, na verdade dois dias para escrever esse texto e me abrir dessa forma. Comecei um texto usando uma analogia com o deserto e tudo mais e incluindo um personagem fictício, só que no final percebi que isso não adiantaria de nada, precisava escrever puramente olhando para dentro de mim e não me escondendo atrás de alguma fantasia boba. A sensação de terminar esse texto e rele-lo é estranha e reconfortante ao mesmo tempo, talvez eu não vá escrever mais sobre esse assunto, mas não posso garantir nada. É pra isso que esse blog serve.

Abraços.

Lendo: (Ainda) Reparação – Ian Mcewan
Musica: Anneke van Giersbergen – The Blowers Daughter (Estou ouvindo esse álbum umas 10 vezes por dia, quem puder dê uma conferida)

terça-feira, junho 23, 2009

Lamentações de um velho

"Time, it took the best of me... And left me with no key... To unlock the chest of remedy..."

Você conhece a Crise dos 22 anos? Não? Sinceramente, nem eu. Só sei que estou passando por ela nesse exato momento.

Não devo ter sido a primeira pessoa no mundo a passar por ela (pelo menos eu fico me repetindo isso até soar convincente). Estou me sentindo velho e acabado, já tenho até alguns cabelos brancos (quatro pela minha ultima contagem). Em outras palavras... o tempo não está sendo nada legal comigo.

E o pior é que eu não curto envelhecer e virar adulto, a vida adulta é regrada e sem graça. Se pudesse eu seria criança para o resto da vida eu seria e não por causa de todas as coisas boas e impensadas que podemos fazer quando somos crianças, mas sim pelo sentimento de felicidade frívola e praticamente contínua que temos quando somos crianças. Se estamos triste com alguma coisa, choramos, batemos pé e pronto cinco minutos depois nossa tristeza passa. Agora, se alguma coisa me deixa triste eu fico pelo menos 3 dias sofrendo por um coisa que no final eu nem me lembro mais e não tenho direito de chorar bem alto ou bater o pé. Mais uma vez, eu não gosto do ser adulto.

Abraços,

Lendo: Reparação – Ian Mcewan
Ouvindo: Nightwish – Higher than Hope

segunda-feira, junho 22, 2009

Verdades

Sempre quis ter um blog para escrever o que viesse a cabeça, talvez esvaziar a minha cabeça de pensamentos recorrentes que tenho durante o dia. Já tentei escrevê-los em um caderno, mas no final não deu certo, o resultado não é esteticamente satisfatório. Olho para o caderno preenchido com o meu garrancho e é impossível meu lado chato não pensar “Porra, que letra feia.”, “Que coisa desorganizada...”. Tirando que muitas vezes quando vou reler o texto não consigo entender milhões de palavras que estão escritas em algum código que minha mente só consegue produzir e interpretar em certos momentos de loucura e mau funcionamento cerebral.

Um blog me passa uma idéia de organização e limpeza. Tirando que posso compartilhar os meus textos com outras pessoas, o que, lógico, faz bem o meu ego de ser humano.

Não posso me comprometer e escrever todos os dias, por que nem sei se esse blog vai realmente durar o tempo que eu planejo no meu estouro momento de empolgação sobre algum projeto pessoal de certa importância para a minha vida. Talvez ele se transforme em um compromisso diário ou ele pode ser esquecido como meus livros imaginários que tinham grande chance de ser transformarem em grandes “Best Sellers” ou tantos outros blogs que eu já criei e que foram abandonados no mundo digital, todos os meus blogs órfãos.

Talvez essa compulsão por escrever deve-se a quantidade de livros que tenho lido ultimamente. De Stephen King, passando por Tolkien e terminando em Jane Austen. Percebo que meu gosto por livros refletiram as mudanças na minha personalidade com o passar do tempo. No começo tinha uma predileção por fantasia depois passei para os livros de terror do mestre Stephen King, leitura que me marcou muito. Nos últimos tempos tenho procurado por livros com dramas e grandes romances sem medo de soaram descaradamente femininos. Essa procura por relações humanas mais profundas talvez reflitam o meu amadurecimento. Antes procura um livro somente para fugir do mundo a minha volta, agora além uma válvula de escape os livros procuro uma forma de entender o ser humano e me entender também (tudo bem, essa frase vai para o hall das frases gays e clichês).

Lendo do grande blog “Os Livros da Minha Estante” que felizmente descobri recentemente, vi que o texto postado pela dona do blog “Tathy” resume muito bem o mundo que todos os fãs de livros vivem. Peço perdão a dona do blog por publicar o texto sem pedir permissão antes (que feio!!!).

Abismo

“Uma pessoa que lê compulsivamente às vezes dá uma de louca, vive num limbo, entre ficção e realidade. Além da nossa vida real, com todas as suas experiências, temos tudo aquilo que vivemos com os personagens e as histórias que lemos. E tem hora que dá um nó.
Temos que dar conta de nossa vida secreta e da vida real. Nos preocupamos com as pessoas que existem e com os personagens também. Aliás, existem personagens que a gente conhece mais do que algumas pessoas com quem convivemos.
O problema é que se você convive com pessoas que não leem tanto quanto você, ficar um gap entre tudo aquilo que você viu nos livros e a vida real.
Quantas vezes, diante de um pedido de conselho de alguém, já não mordi a língua quando a frase: "ah, mas tinha um personagem num livro que..." chegou à minha boca? A verdade é que as pessoas nao gostam que você dê exemplos ficcionais para aconselhar alguém na vida real, afinal, para quem não lê, aquilo não aconteceu de verdade!
O melhor que pode ser feito para diminuir esse abismo é chegar para alguém de quem você gosta e falar: “olha, eu queria ter apresentar um amigo” e pôr seu livro predileto na mão dele.”


Já escrevi tudo que tinha para escrever.

Abraço!

Lendo: Reparação – Ian Mcewan
Ouvindo: Anneke van Giersbergen – Come Wander With Me