segunda-feira, novembro 21, 2011

Barba de molho

Decidi fazer uma aposta comigo mesmo. Os termos eram simples e o prêmio praticamente inexistente. O desafio era provar que eu posso mudar um pouco, sair da minha zona de conforto e deixar a barba crescer. Eu digo literalmente deixar a barba crescer, entre outras coisas.

É claro, falhei com a barba. O negócio coçava demais, me irritava demais (e eu já vivia bastante irritado) e pedia atenção demais. Deixei a barba crescer por três semana até me olhar no espelho - realmente me olhar, parando para reparar em todas as imperfeições - e perceber que eu parecia um moleque querendo dizer ao mundo que não era mais tão criança assim. Achei patético e real demais, próximo demais das minhas expectativas e raspei tudo. Passar as pontas dos dedos sobre a pele macia foi a melhor sensação do mundo.

Mesmo com a falha, que já era esperada, todo o episódio serviu muito bem como um lição sobre o verdadeiro significado para mudanças: elas são uma droga no inicio. Qualquer mudança te irrita, exige sua completa atenção e pode coçar algumas vezes. Decidi seguir com outras mudanças: me acalmar, viver um pouco melhor, perder peso, parar de fumar, me assumir e, principalmente, mesmo soando brega: ser feliz.

A aposta continua de pé. E como sou o único jogador na mesa, posso dizer que estou ganhando. Mesmo com o rosto limpo e com uma carinha de adolescente. 

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