sábado, dezembro 18, 2010

Aeromoças e Física Quântica

Existe algo de reconfortante, estranho, sensual, distante e irritante nas aeromoças.

Primeiro, antes de cometer mais qualquer comentário errado sobre o assunto, vamos criar uma regrinha para o post de hoje: eu prefiro utilizar o termo aeromoças do que comissárias de bordo. E, não me importo se chama-las assim é certo ou errado. Não tenho a minima ideia do que significa comissária de bordo e não costumo utilizar palavras ou termos que não conheço suficientemente bem – somente algumas vezes, quando quero impressionar pessoas facilmente impressionáveis com minha longa lista de palavras estranhas e, absurdamente, sofisticadas, que só pessoas com a vida literária altamente ativa (e, consequentemente, nenhuma vida social) podem, e devem, saber.

O parágrafo acima foi dedicado exclusivamente à minha amiga que descende de uma longa linhagem de aeromoças e não suporta ser chamada de tal nome. Bem vinda ao oitavo círculo do inferno, chamado de world wide web, ou pelos pecadores mais fervorosos: internet.

Então, no texto a seguir, serão encontradas diversas menções à palavra aeromoça e nenhuma ao termo comissária de bordo.

Regras postas à mesa, podemos continuar.

Seguindo uma escala evolutiva decrescente, não poderíamos ter aeromoças sem os aeroportos e sem, principalmente, aviões. E sem aviões (obrigado Santos Dumont) não teríamos o medo de voar. E sem aviões, aeroportos, aeromoças e Santos Dumont eu não sofreria de tal medo. Isso é pura física quântica em seu grau mais ridículo, tudo e todos estão ligados, de alguma forma.

De todos os outros medo que eu tenho, não são muitos, apenas... suficientes, o medo de voo ganha até mesmo do medo de altura. Felizmente eu não preciso confronta-lo muitas vezes, somente uma vez a cada 365 dias, quando a firma (odeio esse nome, mas sempre acabo utilizando-o) promove sua festa de final de ano em São Paulo. A festa realmente não tem importância nesse texto e não é nada de mais: bebida, dança, comportamento ousado com seus colegas de trabalho e fotos infelizes que desaparecem magicamente dos computadores, com o devido tempo. Isso significa que pelo menos uma vez ao ano eu tenho que entrar em uma lata de metal com turbinas e voar por 40 minutos até outro estado. Esse ano prometi a mim mesmo que tentaria, apenas tentaria, não passar mal como acontece todos os anos e sabendo como minha força de vontade é fraca e pouco persistente, cerquei-me de todos os artifícios possíveis: remédios para enjoo + remédios para dor de cabeça + respiração cachorrinho + chiclete de menta + livro colado na cara. E tudo funcionou perfeitamente bem, não passei mal, suei frio poucas vezes e segurei outras mãos tremulas e suadas algumas poucas vezes.

Mas, é claro, eu também observei. Sou um voyer instintivo, sem chances de cura. Isso não significa que eu goste de olhar pessoas tomando banho pela fechadura da porta. Não sou um pervertido, ao menos não a esse ponto, e meus fetiches estão ligados a objetos: livros, estantes cheias de livros, palavras impressas nas páginas dos livros, capas de livros e xícara de café. Também tenho fetiche por café mas não sei se ele pode ser configurado como um objeto. E voltando as observações, nada melhor para se observar, quando se é um observador de costumes e situações, do que as plácidas figuras das aeromoças. Elas são incríveis, entendam. Mas também são assustadoras. E o que é assustador nelas é como se parecem com mães afetadas por overdose de produto estéticos para rejuvenescimento, robôs magros e perfeitos que deixariam Asimov com câimbras cerebrais e atendentes de telemarketing sempre te chamando de senhor (aquele senhor com um pingo de respeito mergulhado em um oceano de formalidade e ódio velado).

Ainda assim, elas são incríveis. Andando pelo corredor principal da cabine com seus uniformes impecáveis e rostos maquiados.

“Gostaria de uma bala, senhor?” “Claro!”

“Gostaria de um lanche, senhor?” “Claro!”

“Coca ou suco, senhor?” “Claro! Digo.. Coca!”

“Posso vender seu fígado no mercado negro, senhor?” “Coca! Digo... Claro!”

Elas são incríveis, entendam.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Sobre blogs e crustáceos mutantes

Assisti, mais uma vez, o filme Sex and the City e enquanto Carrie Bradshaw digitava palavras sem sentido em seu belo iMac, fui tomado por uma vontade de escrever ou simplesmente digitar palavras sem sentido no meu humilde PC, que está longe de ser um iMac de ultima geração, tão fino quanto a palavra slim pode ser. É claro que a minha imagem ao digitar palavras desconexas no computador é completamente diferente dos delírios glamourosos envolvendo Sarah Jessica Parker, digitando com suas perfeitas unhas douradas em um apartamento em Manhattan enquanto bebe um pouco de café e traga seu Malboro Light.

Enfim...

Sem ter o que escrever realmente, eu pensei nos milhares de outros blogs que existem no mundo. Eu nunca realmente me importei com esse papo de blogosfera e todos os termos cibernéticos e modernos ligados a ela. Blogs continuavam blogs, páginas simples onde as pessoas escrevem sobre suas vidas simples - ou não tão simples assim.

Mas, após uma rápida pesquisa sobre os melhores blogs do mundo, me deparei com uma lista dos 50 melhores blogs indicados pelos blogueiros mais conhecidos do país, todos dispostos em um complexo organograma que me fez desistir de qualquer investigação posterior. Mas, uma coisa que percebi foi a quantidade de assuntos que os tais 50+ tratam. Carros, ciências políticas de vilarejos comunistas no sul da Rússia, celebridades, carros, esculturas de gelo, e diversos outros assuntos em todas as áreas passíveis de interesse humano. E nenhum deles, na lista de 50+, tratava de um blog sobre a vida simples - ou não tão simples assim - de qualquer ser humano no planeta.

Isso foi surpreendente. Realmente surpreendente. Mesmo sendo uma pessoa com uma vida relativamente ativa na blogosfera (exite nome pior?), escrevo em blogs desde o ensino médio, eu fiquei realmente surpreso ao perceber, com um certo pesar, e pela primeira vez, que os blogs são coisas maiores. Pior: coisas profissionais algumas vezes.

Não posso negar como me senti datado ao perceber que os meus pensamentos sobre uma grande rede de pessoas solitárias escrevendo piadas espirituosas, ou mesmo péssimas, sobre as crônicas de suas vidas, ficou desgastada. Pessoas e suas vidas foram lentamente substituídas pela informação. Informação de uma forma realmente genérica e generalizada.

Mas a completa perda de encanto de certos blogs não me interessa realmente. Eu continuo a favor da velha forma de “diário virtual” dos blogs. Pessoas simples e suas vidas – às vezes, não tão simples – são mais interessantes do que tratamento e procriação de crustáceos radioativos na costa leste do Japão. Sem as pessoas esses crustáceos não existiriam ou não seriam tratados, então seria ótimo se essas pessoas escrevessem suas opiniões sobre seus dias com as lagostas mutantes.

Pessoas são interessantes e suas vidas são interessantes.

E dane-se se estou desatualizado ou se o zeitgeist já foi descoberto e codificado em números para alguma conta cibernética.

E assim, mais tarde, uma minúscula linha foi jogada no infinito mar do ciberespaço, a mais leve das iscas na mais escura das águas.” - Julie Powell

Simples – ou não tão simples assim.


domingo, dezembro 12, 2010

19h20





19h20 e o céu ainda está claro, de um azul forte com poucas nuvens tingidas de vermelho, laranja e ouro.

19h20 e está muito quente e ainda não estamos no verão. Uma fina camada de suor cobre a minha pele, umedecendo minha testa e nunca.

19h20 e eu detesto o verão. Detesto o calor. E detesto não ter ar condicionado no meu quarto.

19h20 de uma noite quente e iluminada, eu escreve porque não há nada mais para fazer.

domingo, novembro 28, 2010

Não se importem com o significado desse post



Eu sempre converso com as pessoas sobre duas autoras que eu realmente gosto – e, mais importante, admiro: Julie Powell e Stephenie Meyer. Claro, as duas não são azes das letras e nem, de longe, as melhores escritoras do mundo. Claro que não. Eu as admiro por serem pessoas comuns e atingirem seus objetivos. Pessoas comuns que tornaram-se escritoras, e eu respeito muito isso. Invejo até (aquela inveja boa, quase um desejo incontrolável).

Ninguém entende como ou porque eu invejo essas duas mulheres americanas com vidas tão diferentes da minha quanto a minha se comparada à uma criança cambojana. Entenda, não estou dizendo que a vida delas deva ser melhor do que a minha e que eu possuo uma vida melhor do que a de uma criança cambojana. Não tenho conhecimento suficiente sobre suas vidas para dizer isso e todos nós possuímos nossas, necessárias, parcelas de tragédias e alegrias para contarmos nossas histórias. Eu as invejo – ou admiro de uma forma preocupantemente obsessiva – porque o âmago de nossos desejos e vidas, todos nós (e isso inclui muitas outras pessoas no mundo) estávamos no mesmo estágio em nossas vidas: aquela época onde o tempo parece ter de atropelado sem deixar rastro qualquer da sua vida colado em seus pneus.

Todos nascemos para fazer alguma coisa. Isso é certo e universal. Todo ser humano nasce com algum talento ou inclinado para fazer alguma coisas, mesmo sem possuir qualquer talento para a tal coisa. A questão complicadora em toda essa história de talento e nascer para fazer alguma coisa é que nem todos conseguem atingir o objetivo que é fazer a tal coisa que se vê predestinado a realizar. Eu, definitivamente, me enquadro nesse grupo. Os predestinados perdidos em outras dimensões onde seu sonhos parecem tão distante que certas vezes é fácil simplesmente esquece-los.

Eu gosto do meu trabalho, realmente gosto de publicidade. Fui completamente pego de surpresa ao me ver trabalhando em uma agência de publicidade, mas a surpresa venho preparada, acompanhada pela paixão. Eu gosto. Atualmente não tanto quanto gostava antes, mas ainda gosto. Meu lado criativo encontra pouco respaldo no meu trabalho, mas o ambiente ainda é nutritivo. Mas a pergunta que eu me faço é: quanto tempo uma pessoa pode lutar contra os seus sonhos? Anos? Décadas?

Uma vida inteira?

Só o pensamento de manter-se longe dos meus sonhos por toda a minha vida, é suficiente para me deixar enjoado. Eu não conseguiria. Meu verdadeiro sonho é escrever, repetir o que estou fazendo agora, em uma tarde de domingo, com uma grande xícara de café ao lado do computador enquanto deixo meus pensamentos deslizarem pelo meu cérebro até a ponta dos meus dedos. Escrever é tudo e nada, na minha vida. É o paraíso em sua duração e o inferno em sua ausência.

Eu tenho escrito bastante nos últimos meses, em inúmeras tentativas (15 sem contarmos os arquivos deletados do computador) de escrever um livro, alguma coisa longa e sólida o suficiente para ser publicado. Para a minha inocência masoquista uma escritor só é verdadeiramente um escritor quando publicado, antes disso.... mas, escrever não é tão simples assim na maioria das vezes. Não ser você deseja escrever um livro. Um blog é tranquilo e ficou fácil com o passar dos anos. Posso admitir que gosto quando vocês leem meus posts e deixam qualquer comentário. É bom saber que alguém, por alguns segundos, mostrou interesse pela minha vida sem mesmo me conhecer. É bom e assustador ou assustadoramente bom.

Mas ter “a ideia” e cuidar da vida de outras pessoas é complicador. Ser dono do mundo não é tão legal quanto nós pensamos. Por enquanto eu estou dando um tempo nas milhares de tentativas de escrever alguma coisa publicável. Se “a ideia” aparecer eu iria agarra-la, mas até lá vou vivendo com meus sonhos e minhas admirações obsessivas por escritoras norte americanas com vidas completamente diferentes da minhas ou de qualquer criança cambojana que ainda não foi adotada por Angelina Joule ou Madonna.

terça-feira, setembro 21, 2010

“Hoje foi um daqueles dias!”

“Hoje foi um daqueles dias!”

Repeti essa frase pelos menos umas 50 vezes hoje. Disse a minha mãe ao telefone, a todo mundo que pude na agência e mais a algumas pessoas na rua que tiveram a oportunidade de serem testemunhas de como “hoje foi um daqueles dias!”.

Não dormi essa noite, rolei na cama até a cama começar a reclamar e ranger durante o resto da noite. Meus vizinhos brigaram, brandando alto o quanto se odiavam e depois chorando e gritando um para o outro o quanto não podiam viver separados.

Na noite passada tomei muitas Cocas e algumas outras canecas de café extra forte durante o trabalho exatamente por que nunca durmo direito de domingo para segunda. O resultando de tanta cafeína correndo em minhas veias foi, é claro, uma noite de olhos bem abertos.

Às 7:00h desisti de dormir e acordei (sim, 7:00h ainda é cedo para acordar) fiz meu café da manhã enquanto assistia Friend. Não ri em nenhum momento, bom humor não existe antes das 11:00h. Até aí, tudo bem. Tomei banho e saí, não havia transito e as barcas estavam operando normalmente – acontecimento notável. Depois de entrar na embarcação percebi que havia deixado meu iPod em casa, nada de músicas, somente aquele estranho silêncio da manhã. Aproveitei para ler mas não consegui estava sem concentração e, incrivelmente, o silêncio de todas as pessoas me incomodava. Tentei dormir um pouco, vinte minutos de sono já são alguma coisa, mas também não consegui. Maldito silêncio! Derrotado por circunstâncias comuns, desisti e fiquei parado em stand by.

Meia hora depois, já estava na agência, trabalhando. Ou melhor: resolvendo problemas. Milhões deles. Alguns meus, admito. Outros de outros e esse eu odeio. Problemas em inglês, espanhol e português. No meio de cada um outros milhares de telefonemas em inglês, espanhol e português. Nada chamou mais a minha atenção do que o pequeno relógio no canto inferior da tela do computador, namorei-o o dia todo, jogando charme para que ele fizesse as minhas vontades mas nada... o tempo é difícil e mimado, não se vendo a charme e cantadas baratas.

Esperei. Esperei. E esperei.

Saí 19:30h, mais tarde do que eu queria e mais cedo do que eu deveria. Não me importei e saí mesmo, sem olhar para trás. No caminho para o ponto decidi comprar um sunday de chocolate porque nada melhor do que chocolate para terminar um dia daqueles. É claro, a calda de chocolate havia acabado. Pedi um de morango e segui meu caminho.

“Finalmente esse dia maldito acabou”, pensei. Eu sou ingênuo e sei disso, só não tinha noção do tamanho da minha ingenuidade e do tamanho da crueldade “daqueles dias”. Andando pelo Catete (havia decidido caminhar um pouco e pegar o ônibus alguns pontos a frente) tropecei na beira da calçada e meu sunday de morango caí da minha mão sem nem ao menos ter me dado alguma de suas colheradas. A calda escorrendo parece sangue e o sorvete algum tipo de massa cefálica derretida. Eu? Caí de joelhos no chão, torci dolorosamente meu pé e ralei as palmas das minhas mão.

E também chorei. É. Sentei na mureta de um jardim e chorei. Por uns três minutos e em silêncio, deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e caírem no chão, secando rápido e sem deixar marcas.

Chorei mesmo.

O caminho para casa foi melhor, o ônibus atrasou, esqueci de comprar alguma coisa para comer e não tirei dinheiro mas, a volta foi melhor de alguma forma. Talvez foi o choro, não sei.

Agora eu escrevo, por que não há nada melhor do que umas boas palavras para terminar um “dia daqueles!”.

sábado, julho 17, 2010

Mudanças

Esse ano foi cercado de mudanças. Algumas ruins e muitas boas. Nunca fui muito a favor de mudanças, sou conservador de nascença, por excelência.

Por favor, entendam que quando digo conservador, isso não significa que sou contra as mudanças do tempo ou qualquer outro tipo de mudança social e tudo o mais. Eu sou. Quando digo conservador, significa que não gosto de mudanças drástica na minha vida.

A primeira mudança nesse ano, foi negativa. Melhor dizendo, sua causa foi negativa mas o resultado, pelo menos a longo prazo, foi positiva. Um grande amigo meu faleceu esse ano, prefiro dizer faleceu e não morreu, a palavras parece diminuir o peso que seu significado carrega, mesmo não atenuando de forma alguma a importância de sua definição. Morte é uma palavra pesada, uma coleção de letras com um poder avassalador, como uma chave de um dispositivo com alto poder de destruição. Uma palavras proibida em qualquer busca para felicidade.

Já havia experimentado a perda de pessoas próximas, já vi minha porcentagem de parentes morrerem e sempre entendi a perda como uma das forças inexplicáveis do tempo e uma das emoções que você começa a sentir e entender melhor com a maturidade. Nenhuma perda - nenhuma - chegou perto da morte desse meu amigo. Ainda não sei explicar a razão para tamanho impacto. Ele era novo, idade próxima a minha. Mas não é isso. Ele era um amigo, um bom amigo. Mas ainda também não era isso, estávamos afastados um do outro, não muito para esquecermos do passado mas o suficiente para gerar sentimentos conflitantes dentro de cada um. Mas a morte, a perde definitiva dessa pessoa, mudou completamente minha percepção da importância das relações entre as pessoas. Meu entendimento sobre a amizade e o grau de afeto foi jogado pelos ares e ainda está girando na órbita terrestre, em meio a fragmentos de lixo espacial e a massa negro do universo.

Penso todos os dias nele quando passo pela sua casa ou quando olho, da rua, para a janela de seu quarto onde costumava ficar a bandeira de seu time preferido. Acho que também comecei a entender o que é saudades.

sábado, julho 10, 2010

Tentativa e Erro: como voltar atrás com o mínimo de dignidade.

A vida resume-se, muitas vezes, a isso: tentativa e erro. Também há quando a tentativa dá em um belo acerto. Mas vamos ater-nos ao erro. Meu erro.

Acredito que toda pessoa com alguma ligação com a internet, e acredito que sejam muitas, em algum momento de suas vidas – suas existenciais digitais – são tomadas por um desejo de evolução. Mais espaço, mais comodidade, mais qualidade. Mais. Sempre mais. E eu queria mais. Então mudei, como todas as outras pessoas que querem mais fazem, para outro lugar, outra casa.

Meus meses no Livejournal renderam textos assumidamente fracos e sem qualquer inspiração que valesse a pena e um gostinho de arrependimento no fundo da garganta, quase atingindo a superfície como aquela mistura alcoólica ameaçando uma breve aparição indesejada enquanto você está sacudindo dentro do carro com cheiro de novo de um amigo prestativo.

Os meses arrastaram-se, assim como as minhas palavras. Mesmo assim, continuei, persistindo no erro. Mas há sempre aquele momento, no meu caso, sempre aquela livraria com, consequentemente, aquele livro. E esse livro era Destrinchando, da excelente (na minha opinião, que persiste em se mostrar como única) Julie Powell. Destrinchando segue o estilo autobiográfico misturado com ficção que a autora utilizou em Julie & Julia (outro favorito). O texto continua o mesmo com um toque de conversa intimista, um toque de blog, digamos assim. Esse simples toque despertou o antigo espirito blogueiro-que-se-acha-escritor dentro de mim. E aqui estou eu, me redimindo, afastando-me do erro e voltando ao Verdades Pessoais.

Nada melhor do que uma canção para comemorar...

Eu voltei
Tudo estava igual como era antes,
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei,
E voltei

Eu voltei, agora pra ficar,
Porque aqui, aqui é o meu lugar
Eu voltei, pras coisas que eu deixei,
Eu voltei, eu voltei”

Roberto Carlos, como sempre, mostrando-se o verdadeiro Rei! rsrsrsrsrs

Bem... voltei! E já me sinto bem vindo.

quinta-feira, abril 22, 2010

Novo endereço

Pessoas

Já estava insatisfeito há algum tempo com o blogger. Alguns bugs, pelo menos comigo, e poucas ferramentas de controle de formatação do blog como um todo, não só as postagens.

Depois de tentar outros blogs e falhar belamente em me adaptar, encontrei o Live Journal, que no começo não foi tão simples quanto eu esperava mas me oferecia todas as ferramentas em um só espaço. Todas as ferramentas e muitas outras.

Por isso, há alguns dias atrás, mudei o VP para um novo endereço. Só o endereço muda, o blogueiro continua o mesmo, os textos são qualquer revisão ainda estão lá, tudo no seu lugar.


Espero contar com o carinho de você nesse novo espaço, ainda está um pouco bagunçado mas com o tempo eu vo arrumando, como toda boa mudança deve ser.

Abraços!

segunda-feira, abril 05, 2010

A volta, A Julie Powell, O sonho e O texto prolixo.

Finalmente voltei da minha viajem a ilha dos pais desnaturados dos blogs abandonados.
E, finalmente, o Blogger me deixou postar alguma coisa, depois de passar o dia inteiro tentando pelo menos entrar na página inicial e não conseguindo.
Ultima postagem de verdade - tirando as duas coisinha desenvergonhadamente chamadas de textos que eu coloquei aqui só para mostrar que estava presente e pedir meus desculpas pelo atraso - foi no dia 07/01. Assustador. Assustadoramente irresponsável, até para os meus padrões. Mesmo com as desculpas paliativas a única justificativa verdadeira para a minha falta de posts foi minha completa falta de inspiração vontade, clima, tesão ou qualquer outra palavras que você escolha.
Quase três meses - hoje é dia 05/04 - e eu estou de volta! Demoraram três meses mas a vontade voltou, o que é também assustador por que minhas vontades vão e não voltam nunca mais. Para onde elas vão, eu não sei. Mas elas vão para algum lugar. Esse final de semana escrevi sete textos que poderiam virar posts se eu estivesse com internet, mas sete posts em três é muita coisa então não há porque chorar pelos esquecidos. Até mesmo escrevi um texto sobre o domingo de páscoa com a intenção de postar hoje mas domingo e páscoa foram ontem, então todo o propósito tão claro do texto se perdeu, assim como a minha animação, nessa segunda. Fazer o que!
O que realmente me incentivou a postar foi o filme Julie & Julia. Ganhei o filme de uma vizinha no sábado e acabei relendo o livro. O filme é simples, comum em muitos aspectos mas eu gostei e bastante, assim como o livro. O livro em sí é uma questão mais complicada, eu já indiquei o livro para três pessoas e ninguem gostou. Parece que só eu entendo o humor estranho e o texto atrapalho e muitas vezes prolixo da autora... Por que será? Não tenho idéia. Mas o que realmente importa sobre o livro/filme é que nós divimos (eu e a autora/personagem principal) o mesmo sonho de nos tornarmos escritores e abandonar nossas vidas simples e comuns para trás. Claro que há diferenças, não sou mulher, não cozinho, não moro em Nova Iorque e não tenho um marido chato porém super prestativo. Sou homem, moro em Niterói, não tenho e não quero ter um marido prestativo e também não cozinho. O que nos une é o sonho, a vontade, de seguirmos nossos sonhos, fazermos alguma coisa que realmente amamos e ver essa coisa dar certo. Isso é tão dificil que chega a ser desanimador algumas vezes. Dar o próximo passo é difícil e Julie Powell o fez, por isso gosto tanto dela a ponto de ler o livro que ninguem gostou. Ler e reler.
Por isso estou de volta, acho que o motivo ficou claro no meio da avalanche de palavras do parágrafo anterior... Mas talvez não. Então vamos lá: eu voltei a postar no blog porque aqui eu realizo uma parte do meu sonho - que é ser escritor - em cada post. E cada comentário é um complemento mais do que importante para esse pedaço de sonho realizado.
Como sempre texto grande... Coisas que não mudam.
Tô de volta!

quarta-feira, março 10, 2010

Fast Post

Sintam-se a vontade para fazer ligações com Fast Food.

Admito, estou com vergonha do meu completo desleixo com o blog, ultimo post cheio de promessas e amores foi no dia 25/01 e eu ainda tive a empáfia de prometer que não abandonaria o Verdades só para voltar quase dois meses depois e fazer esse fast post com tom de discurso político em ano eleitoral.

Prometo mais uma vez que não vou abandonar os meus blogs mas no momento não estou com muita vontade de escrever nada aqui. Sorry, sou assim mesmo e olha que eu escrevendo mais do que nunca.

Mais uma vez prometo que vou voltar com um post de respeito.

Prometo.

Abraços!

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Blog Novo

Criei um blog novo:

http://hacasos.blogspot.com/

Lá eu expresso uma outra face. Precisava fazer isso. Sou eu sem os livros. Não vou abandonar o verdades, gosto muito disso aqui.

Abraços!

quinta-feira, janeiro 07, 2010

07.01 - Dia do Leitor


Hoje é o Dia do Leitor.

Sinceramente, eu não tinha idéia que um dia do leitor existia, só fiquei sabendo depois de receber um e-mail do Submarino com umas promoções "especiais" para esse dia. Mesmo assim fiquei feliz, é bom saber que nós temos, pelos menos, um dia do ano dedicado as pessoas que gostam de ler. E não importa quantos livros que você lê ou sequer se você lê livros ou jornais ou revistas ou mensagens estampadas em camisas de estranhos que passam por você na rua, o ato de ler é, por si só, mágico.

Poderia até dizer que ler também é simples, mas estaria mentindo. Ler não é simples e nem fácil e infelizmente, por diversas razões, poucas pessoas sabem realmente ler. Não estou me referindo os milhares de analfabetos que estão espalhados pelo país. Estou me referindo às pessoas que lêem mas não entendem o que é ler realmente, não conseguem ver a verdadeira mensagem por detrás do mar de palavras em que somos jogados pelos autores. Isso sim é preocupante.

Mas, apesar de tudo, estou feliz por hoje ser o Dia do Leitor. To até pensando em passar na Galileu aqui perto para dar uma olhada nos livros e... deixa pra lá!

Abraços!

terça-feira, janeiro 05, 2010

Fotos da minha coleção

Acabei de tirar algumas fotos dos meus livros, só para postar aqui.










Abraços,

2010 e o Meu Vício

Planejei colocar na minha primeira postagem a minha lista de promessas para 2010, mas desisti. Não completamente, mas desisti. O meu primeiro texto de 2010 será uma confissão. Talvez, uma confissão que não seja novidade, pelo menos para quem me conhece, mas que não deixa de ser uma confissão. Só depois de tirar isso de mim eu vou ser capaz de colocar aqui a minha lista.

Eu tenho um vício. E não quero ser curado.

Sou viciado em livros. Gosto de entrar em uma livraria só para sentir o cheiro produzido pelo encontro do papel novo e a tinta. Posso até imaginar como deve ser viciante o cheiro de uma gráfica que imprime livros, sentir aquele cheiro amplificado à ultima potência desse ser o paraíso (tirando o cheiro de fumaça das máquinas e do suor dos trabalhadores...). Consigo, praticamente, imaginar um gosto correspondente a esse cheiro.

Também gosto de sentir a texturas das capas. Deslizo meus dedos por cima dos títulos em alto relevo. Sinto a superfície lisa do verniz aplicado em algumas capas e lamentos quando são lisas e moles, tratadas como as capas dos odiosos livros escolares que são diariamente maltratados por nossas crianças. Eu sim, tenho cuidado com o meus livros e até com o livros dos outros. Já riram da minha dedicação a eles. Não gosto de amassados, orelhas nas pontas me dão aflição e qualquer marca nas páginas brancas tiram o meu sossego. Não admito e nem cogito escrever, rabiscar em um livro. Ler enquanto como alguma coisa, mesmo um lanchinho durante a noite? Nunca. Leio e depois mata a fome.

É por isso que também não empresto meus livros. Não gosto de imaginá-los em mãos de outras pessoas que podem não possuir o mesmo respeito (veneração – como é dito por algumas bocas infames) que tenho por meus livros. Com o tempo acabei generalizando essa regra e agora não empresto mais livros a ninguém. Peço para as pessoas não insistirem no assunto. A resposta será não. Não. Simples assim.

Vocês podem pensar que sou um louco que gosto de ter livros só pelo prazer de tê-los. Claro que o momento da compra me dá um certo prazer. Mas ritual de correr para uma livraria não é, meramente, uma mania consumista. Só lá – nas livrarias – eu encontro a minha proteção, a minha bolha, contra o mundo “daqui de fora”. Se estou feliz, compro um livro como prêmio. Se estou triste também compro um livro. Esse, como se fosse uma ajuda extra para sair do momento difícil que estou passando. Acima de tudo, eu gosto de ler. Essa é a minha fascinação. Se a história for boa, não importa o papel, nem a capa.

O texto ficou muito maior do que eu imaginava e ainda mais confuso do que eu planejava! Ultimamente não tenho gostado muito dos meus textos. Sei lá, não to feliz com a minha escrita... Ah sei lá!

Agora to com preguiça de postar a minha lista de coisa a serem feitas esse ano... Mas essa semana eu ainda coloco.

Mais uma coisa, duas ótimas promoções estão acontecendo nos blogs abaixo:

O Leitura Nossa de Cada Dia está comemorando o aniversário de 1 ano está presenteando os leitores com uma mega promoção.

E o Lendo nas Entrelinhas está com uma promoção junto com a autora Nazarethe Fonseca onde os leitores do blog pode concorrer a continuação do excelente Alma e Sangue: O Despertar do Vampiro - Alma e Sangue: O Império dos Vampiros.

Passem lá para participar. Vale a pena.

Abraços,