terça-feira, dezembro 29, 2009

Melhores e Piores da minha estante em 2009

Seguindo a sugestão excelente dada pelo meu amigo Tiago Warst, decidi fazer um post com algumas dicas de livros. Mesmo evitando esse momento (que eu sabia muito bem que um dia chegaria) vou abrir mais espaço no blog para falar sobre livros e a minha compulsão/obsessão por eles.

Como esse post é o inicial, estou colocando uma lista com os melhores e piores de 2009. Como vocês irão perceber a grande maioria dos livros que estão na lista não foram lançados esse ano, mas sim, foram lidos por essa pessoa que vos escreve em 2009.

Pequena Obs.: A idéia da lista foi, gentilmente, roubada do Leitura nossa de cada dia... Obrigado Débora!

Minha lista de melhores e piores de 2009

Marcante: Reparação – Ian McEwan

A forma como o autor conduz a história me encantou. Nunca tinha lido um texto onde as palavras fossem tão bem colocadas. Há um romantismo no texto que uma pessoa mesmo - sem entender o enredo - conseguiria perceber que o romance trata da importância das palavras e da magnitude da inocência.

Esquecível: Viva Chama – Tracy Chevalier

Quando vi o livro na Bienal pensei que mergulharia em uma história digna de Jane Austen. Depois de persistir em uma narrativa fraca com uma história simplória, percebi que estava enganado.

Suspense e/ou terror: Noturno – Guillermo Del Toro e Chuck Kogan

Há muito tempo que eu não lia uma história de terror tão boa. A idéia de colocá-la no nosso mundo - tornando tudo ainda mais real e verossímil - foi uma jogada de mestre dos autores. No meio de tantos vampiros com dor na consciência, um vampirão de arrepiar os cabelos, faz muito bem a saúde.

Romance: O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë

Clássico. A melhor história de amor já contada. E por que ela é a melhor? Por ser imperfeita.

Releitura: Na Natureza Selvagem – Jon Krakauer

Li três vezes seguidas. Sem arrependimento. Admiro muito Alexander Supertramp, ou, simplesmente, Chris McCandles.

Melhor capa: A História de Edgar Sawtelle – David Wrobleswki

Quando vi a capa desse livro nos banners da Bienal espalhados pela cidade, pensei: Não tem como esse livro ser ruim. Comprei mas se ele é bom ou ruim - eu não sei. Ainda não comecei a ler...

Pior capa: Entrevista com o Vampiro – Anne Rice

Mesmo sendo o melhor livro sobre vampiros que eu já li. Odeio a capa da versão antiga. Uma coisa rosa com alguns rabiscos que tentam de fazer lembrar de uma janela, definitivamente, não é a minha forma favorita de arte. As capas novas estão lindas.

Autor surpresa do ano: Julie Powell – Autora de Julie & Julia

Comprei sem grandes pretensões e o livre me amarrou como há muito tempo não me sentia amarrado e ainda abriu a porta para os chick-lits que vieram depois. O estilo da autora é ágil e com um grande senso de autodepreciação que eu tanto gosto.

Decepção: O Clube do Filme – David Gilmour

Tinha tudo para ser O Livro sobre filmes. A história tinha tudo para ser interessante, mas simplesmente não foi. Livro bobo, escrito de forma inevitavelmente simplória. Se a relação dele com o filho é realmente da forma como relatada no livro eles ainda precisam ver MUITOS filmes. Haja pipoca e paciência (porque essa não se compra e nem se faz no micro ondas).


Bom, eu acho que é só.

Não devo postar mais nada esse ano, então desejo para todas as pessoas que passam por aqui; para todas que conheci e comecei a admirar depois de retornar para a blogesfera, um feliz fim de ano e um 2010 ainda melhor do que 2009.

Meu primeiro post de 2010 deve ser com a minha lista de promessas a serem cumpridas durante o ano que começa. Já estou pensando nelas (nas que eu vou tentar cumprir e naquelas que eu sei que não vou cumprir). Mas isso é para o ano que vem.

Espero continuar lendo os comentários deixados e conhecendo um pouco de vocês cada vez mais.

Acredito que 2010 será um ano de mudanças e de crescimento. E desejo isso para todos.

Até lá.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Os (meus) Delírios de Consumo

Muito tempo sem escrever.

Admito: pura preguiça.

Culpo também meu novo caderno de “anotações”. Ele tem me roubado todos os pensamentos, todas as palavras a serem ditas ou escritas. Se tenho alguma coisa a dizer, ou escrever, deposito tudo dentro dele no final do dia, que é a (minha) hora chave para escrever: a hora do cansaço e daquele sussurro da melancolia ao pé do ouvido. Eu pego o pobre caderno e preencho suas pequenas páginas com afinco até passar, até tudo passar. Aí depois eu não tenho mais nada a dizer. Abro o blog e nada. E assim (vários) dias passaram.

Hoje decidi não escrever no caderninho - nem abri - só para postar alguma coisa aqui. Mesmo que seja uma enrolação descabida e descarada, como essa está sendo.

E só para dar sequência a enrolação continuo na minha fase de livros “sessão da tarde” como a Tathy chama. Depois de ler Julie & Julia estou lendo Os Delírios de Consumo de Becky Bloom e, tenho que admitir, me divertindo muito. Para ser sincero me vejo em muitas situações de compras impulsivas que a personagem se mete. Só que no meu caso são os livros ao invés de roupas, maquiagem e etc.

Nada me traz mais felicidade (mesmo sendo fútil) do que entrar em uma livraria e ficar olhando as capas, lendo os títulos, abrindo os livros para dar um lida em qualquer página. Mesmo se eu não comprar (difícil) já saio da livraria (não gosto de chamar de loja) com a alma lavada. Calmo e tranquilo. É o vício. O que eu posso fazer senão aproveitá-lo?

Abraço a todos!

sábado, novembro 28, 2009

Indecisão

Semana agitada, muito trabalho e pouco, pouquíssimo, tempo para qualquer outra coisa. O cansaço faz você esquecer de todo o resto que não está ligado ao trabalho. Isso é péssimo. Quando estou cansado não consigo me concentrar em nenhuma leitura. Só em três dias pulei de alguns contos de Virginia Woolf para um chick lit de Julia Powell, li alguns capítulos de Carrie, a Estranha de Stephen King e folheei O Morro dos Ventos Uivantes mas nada conseguiu me prender.

Se não quero me prender em uma leitura complicada que exija de mim muito comprometimento emocional, eu corro para um livrinho mais fácil. Algumas vezes dou sorte como, por exemplo, o achado que foi Garota Infernal, a adaptação do roteiro do filme com a Megan Fox, o livro é simples porém muito divertido e em poucas horas já tinha lido mais da metade dele terminando no outro dia. É aí que mora o perigo quando eu mergulho no mundo das historinhas simples, porém simpáticas: tudo termina muito rápido, leio esses livros de 200 páginas em dois dias e depois volto a encarar a minha coleção de livros procurando um que me sirva nessa roda gigante de qualidade e comodidade.

Nesse sábado quente, peguei novamente o Julie & Julia de Juile Powell. Comprei-o na Bienal e ele estava na minha lista há um bom tempo e como o filme está estreando nos cinemas esse final de semana (eu acho) vou ler primeiro o livro para depois ver o filme. Mesmo enquanto leio, sem maiores preocupações, o livro, não deixo de olhar os outros na minha estante e essa procura, esse descontentamento com os livros que eu tenho, acaba me deixando sem opções.

Quero ler alguma coisa nova e que seja interessante. Se alguém tiver alguma sugestão é só deixa-la nos comentários.

Abraços

quarta-feira, novembro 18, 2009

Clube da Leitura

São raras as vezes que eu consigo encontrar um grupo de pessoas que compartilham a mesma paixão por livros e pela literatura. É muito frustrante não poder expor o que eu penso ou o que eu acho sobre determinado livro, autor ou personagem. Muitas vezes quero falar com alguém sobre uma sensação que tive depois de deliciar-me com uma cena bem escrita mas poucas vezes encontro alguém para conversar.

Certos dias (e não são poucos) anseio por sentar-me com um amigo e conversar sobre meus devaneios literários, rir dos mesmos e falar sério, quando a seriedade mostrar-se necessária. Infortunadamente esses momentos são poucos, tenho somente um único amigo para conversar e nossos encontros são parcos.

Niterói é um caso perdido. A cidade simplesmente não tem a vivacidade, a energia boemia do Rio. De segunda a quinta, talvez até sexta, a cidade comporta-se como uma senhora de idade que vai dormir às 10h da noite e aí de quem ficar acordado fazendo barulho até mais tarde. No final de semana ela vira uma Patricinha que adora freqüentar barzinhos caros com suas amiginhas ricas e beber todas torcendo para esquecer no dia seguinte tudo que teve coragem de fazer durante os momentos de escuridão. Encontrar um lugar em Niterói para debater, conversar, trocar idéias sobre qualquer coisa é tarefa complicada.

O Rio, ao contrário, é muito mais multifacetado. Ele pode ser tanto a senhora de idade quanto a Patricinha mas também tem espaço para interpretar aquele grupo de amigos que gosta de se reunir todas as noites de terça-feira só para executar a difícil arte de sentar, rir e conversar sobre as banalidades mais importantes do mundo.

Gosto muito de Niterói, cidade qual sempre vivi. Mas não sou uma senhora de idade nem uma Patricinha.

Para curar, ou melhor, atenuar a minha dependência de atividades pensantes participei, ontem, do meu primeiro Clube de Leitura que aconteceu no sebo Baratos da Ribeiro em Copacabana. Lógico que a vergonha e a timidez não me deixaram levantar e ler algum texto. Muito menos um meu.

Só de me imaginar, em pé, na frente de dez pessoas com todas olhando pra mim e ouvindo a minha voz enquanto eu leio uma texto que querendo ou não expõe uma parte, uma fração, de mim, já me dá arrepios na espinha.

Mesmo não participando ativamente do clube gostei muito da experiência. O local é ótimo para esse tipo de atividade: pequeno, apertado, porém aconchegante, com aquele cheiro de histórias, vidas passadas que todo livro usado possui. O amarelado da madeira das estantes e das páginas dos livros criam um ambiente monocromático que só é quebrado pelas diversas cores das lombadas dos livros. Você se sente mergulhado em um mar cheio de peixes, onde cada peixe tem um mundo para mostrar e uma história a contar. As pessoas são ingredientes tão importante quantos os livros e o sebo em si. Todas estavam reunidas para banhar-se e declarar sua paixão pela literatura. Podia ver os sorrisos acrescentando novas fisionomias nos rostos de todos os participantes. Cada um esboçava uma reação, um janela ínfima para o mundo pessoal da imaginação onde as pessoas mostram-se por completo sem medos nem máscaras, enquanto os contos eram lidos. Passamos a noite mergulhados em história fantásticas, com tempero de horror e de ficção cientifica.

Saí saciado do encontro. Mas já posso sentir o bicho da fome dentro de mim e prevejo novas incursões ao mar de livros.

sábado, novembro 07, 2009

O Feliz e o Tolo

Poucos dias atrás, aproveitei alguns poucos minutos da tranqüilidade que tive na minha faculdade enquanto esperava pelo inicio da minha próxima aula e não tardei a observar as pessoas que dividiam a cantina comigo.

Quando cheguei, tudo estava muito quieto, com poucas pessoas sentadas sozinhas estudando ou só desfrutando de uma garrafa de água nesse calor infernal que esta abatendo o Rio essa semana. Com a quietude, decidi revisar alguns textos e peguei o meu caderno para escrever um pouco.

Em poucos minutos três páginas já estavam preenchidas com tudo que tinha na minha mente, deixei meus pensamentos controlarem minha mão e ela correu pelas linhas azuis das páginas. Escrevi tudo.

Felizmente, terminei minha confissão antes de um grande grupo de alunos entrar na lanchonete. Todos estavam muitos animados e faladores. Eram novos, tanto na vida quanto na faculdade. Podia afirmar isso pela felicidade e energia que esbanjavam, eu não era diferentes quatro anos atrás. Como estava com vontade de parar um pouco a correnteza de pensamentos dentro da minha cabeça, comecei a observá-los discretamente.

E como eram felizes. Riam altos. Falavam todos ao mesmo tempo. Gargalhavam.

Para minha surpresa, um grande incômodo me cortou como uma faca. Pude sentir o gosto da amargura da minha alma em toda a minha boca. Toda a felicidade estrondosa, escandalosa deixava-me irritado e triste.

Nesse momento, só pude pensar em uma coisa, uma simples pergunta: “Como poderiam ser tão felizes?”

Pensei durante alguns minutos e percebi que o tempo tinha me transformado. Claro que não sem a minha ajuda. Esse mal humano, essa tristeza que te segue como uma sombra, é a minha companheira há muito tempo. Mais tempo do que necessário, atrevo-me a dizer. O grupo de amigos nada mais era do que um espelho do meu passado. Meu passado quando eu era mais leve, quando não era estressado e quando sonhar não exigia e custava tanto de mim. Agora tudo é complicado, é controlado, medido. Pensado e repensado. Tornei-me uma pessoa contemplativa e toda contemplação é acompanhado pela tristeza. E tristeza é como uma droga, te inebria, vicia e depois mata.

Sempre pensei que agia como um tolo quando mais jovem. Agora eu sei: eu era feliz e toda felicidade dar-nos o direito de sermos tolos.

Abraços

domingo, novembro 01, 2009

Vida de um (quase) escritor

Mais de dez dias sem postar nada aqui. Vergonhoso.

Eu tenho uma boa justificativa para a minha falta.

Essa semana eu me foquei completamente no livro que estou escrevendo. Revisei todo o texto, desde o começo, apaguei várias cenas e acrescentei muitas outras, fiz muita pesquisa sobre a história da cidade onde a história se passa e também cai de cabeça no mundo dos lobos, que serão os personagens principais da trama. Fiz tudo que tinha direito, aproveitei a inspiração, mais que bem vinda, e escrevi que nem um louco. Nem sair para almoçar eu saía, só para escrever mais.

Todo o processo me tomou tempo e paciência. Reler tudo que você já tinha lido antes mais de cinco vezes é complicado. Exaustivo, mas, no final, recompensador. Gostei do resultado final, atingi meus objetivos que eram: engrossar mais a história, dar mais conteúdo para os personagens e fazer tudo o mais realista possível. Também tive que prestar muita atenção aos eventuais erros de continuidade que já estavam me incomodando. Depois de todo esse trabalho, posso continuar com a história sem maiores preocupações. O problema é continuar.

O único efeito colateral que me vitimou foi a completa falta de vontade de escrever mais qualquer coisa sobre a história. Desde quinta-feira eu não escrevi nada de novo no livro. Tenho toda a próxima cena, que deverá ser a mais importante da história até agora, pronta na minha cabeça, mas nem um esboço simples eu fiz. Vamos ver se eu consigo escrever alguma coisa hoje. Dia chuvoso é sempre inspirador.

Lendo agora: Alma e Sangue: O Despertar do Vampiro. Livro nacional muito bom. Voltei a minha fase vampírica. Anne Rice é a próxima.

Abraços

terça-feira, outubro 20, 2009

A Importância das Palavras

Esses dias eu estava conversando por MSN com André (dono do Tá certo então!), um amigão meu, como a literatura se tornou um elemento tão importante na minha vida. As duas coisas que mais me dão prazer, atualmente, são ler e escrever.

A leitura (quase obsessiva) é um hábito – mania é um apelido muito injusto – que eu sempre possuí, mas que nos últimos meses ou anos cresceu de uma forma gigantesca. Acredito que o fato de trabalhar e ter o meu próprio dinheiro tenha contribuído com isso, é complicado comprar todos os livros que você deseja com dinheiro, imaginem sem.

Nem mesmo quando eu comprei o primeiro livro com o meu primeiro salário de estagiário (Celular de Stephen King) eu poderia ter imaginado que a leitura teria um espaço tão grande na minha vida. Mais de dois anos depois de ter comprado o livro na barraca do Seu Chico, eu percebo que boa parte da minha vida esta ligada à literatura de alguma forma. Foi através desse livro que a paixão pela leitura renasceu em mim. E foi através dessa paixão por livros e outra apareceu: escrever.

Agora passo quase todas as minhas horas livres, escrevendo e lendo. Escrevo aqui no blog, no meu caderno de pensamentos e ainda me encanto escrevendo o que um dia, quem sabe, serão meus dois livros.

Quando não estou escrevendo, estou, no mínimo, pensando no que eu poderia escrever. Tenho idéias para o blog, imagino cenas para os livros, tudo isso em alguns minutos, que são poucos, porém especialmente mágicos. Gosto da idéia, e até me sinto orgulho, por poder pensar, planejar, criar uma vida que não é minha. Fico rindo que nem uma criança quando olho para as poucas páginas dos meus projetos de livros e vejo que por alguns poucos instantes estou tendo um vislumbre da realização do meu sonho que é ser escritor.

Estou rindo agora mesmo.

Encontro Literário

Na sexta-feira passada aconteceu um encontro na livraria Saraiva do Rio Sul com duas pessoas e autoras maravilhosas: Giulia Moon e Martha Argel.

Pra quem não conhece, as duas já participaram de diversos livros com contos maravilhosos e acabam de lançar dois excelentes livros sobre vampiros, isso mesmo: vampiros. Giulia está lançando Kaori: Perfume de Vampira e a bióloga Martha Argel está lançando O Vampiro da Mata Atlântica. O encontro foi surpreendente, pois nunca tinha ido a um encontro literário ou a nenhum evento ligado a vampiros.

Saí ainda mais entusiasmado e escrevi o máximo que consegui no final de semana. O encontro me mostrou que a literatura fantástica tem espaço no Brasil e isso me deixou muito animado por que meus dois livros são sobre temas fantasiosos, um envolve Lobisomens (sem ser um livro de terror) e o outro é uma fantasia infanto-juvenil.

Quando eu romper a barreira da timidez que posto alguma coisa aqui.

Livros novos:

  • O Vampiro Lestat e O Vampiro Armand de Anne Rice
  • A Hospedeira de Stephanie Meyer
  • A Descoberta do Mundo de Clarice Lispector (dica da Tathy)
  • Kaori: Perfume de Vampira de Giulia Moon
  • Território V, seleta de contos organizado por Kizzy Ysatis

Abraços

quinta-feira, outubro 15, 2009

Infelicidade e Criatividade

Nunca fiz isso no blog mas tenho que publicar esse texto sensacional sobre a ligação entre infelicidade e criatividade que, por sorte, encontrei no blog “Viver e Contar”.

O texto descreve com exatidão toda minha idéia sobre criatividade.

Vale a pena ler.

Vale a pena também visitar o blog. O texto é de autoria do Márcio Almeida Júnior.

Criar como as crianças

“Sou cuidadoso com a ideia, bastante difundida, de que a infelicidade nos torna criativos. Isso não me parece necessariamente verdadeiro. O que me parece, de fato, é que ser infeliz nos faz reflexivos. A disposição de refletir pode, em algumas circunstâncias, nos levar a uma certa abertura para a criatividade. No meu caso, porém, isso só funciona se eu não estou muito infeliz. Uma intensa e profunda infelicidade, para mim, não produz nada além de uma espécie de depressão que aos poucos aniquila a imaginação, fonte da criatividade. Melhor seria criar como as crianças: brincando consigo mesmas e com o mundo. As criações das crianças, em sua grande maioria, estão isentas de infelicidade. São produto da alegria ou de uma capacidade de dizer não à infelicidade. É pena que o caminho de volta à infância seja tão difícil de achar... “

Abraços

terça-feira, outubro 13, 2009

Página em branco

Admito, abandonei o blog por algum tempo. Minha última postagem foi há mais de uma semana. Admito também que tentativas não faltaram. O que realmente faltou foi conteúdo e inspiração, ou os dois, sei lá.

Sabe quando você passa por um momento “em branco” da sua vida. Seus dias tornam-se folhas brancas, esperando que uma grande idéia apareça para preenchê-la com algum conteúdo (interessante ou não). É assim que eu passei meus dias, esperando por uma grande idéia.

Procuro observar as pessoas ao meu redor, não só as pessoas, mas o cotidiano, a vida alheia que me cerca, à procura de conteúdo. É desse constante exercício observação que eu procuro fazer a minha crônica (íntima e pessoal) do mundo ao meu redor. Acho que entendendo o mundo eu acabo decifrando alguns enigmas que eu mesmo me imponho.

De alguma forma, pra mim, o coletivo representa o indivíduo, ou talvez o contrário: o indivíduo cria uma consciência coletiva que representa, por fim, o que queremos que ela realmente represente. [Complexo isso né? Vamos deixar pra lá!]

E é dessa representação que eu me inspiro. Só que faltaram representações (significantes).

Bem, voltando ao momento “em branco” da minha vida. É exatamente assim que foram as minhas duas últimas semanas. Não consegui encontrar nada para postar, nada que me fizesse ter aquela idéia que te faz correr para o computador ou para uma folha de papel em branco e escrever até se sentir vazio, exorcizado. Quando dei por mim, meu blog tava completamente abandonado. Ai não eu pude escapar! Tinha que me esforçar e escrever alguma coisa. E saiu esse texto.

Mudando de assunto e falando sobre o meu tema favorito que são os livros, nessas duas semanas caí de cabeça em duas coletâneas de poesias que comprei num sebo, perto do meu trabalho, há quase um ano atrás: “Só a noite é que amanhece” de Alphonsus Guimaraens Filho e “Mindscapes” de Laura Riding (que estou relendo, com prazer). “Só a noite é que amanhece” é um baita livro, um livrão de respeito, com mais de mil poesias lindas, vale a pena, pra quem gosta, é claro.

Acho que pra quem estava sem inspiração até que eu escrevi bastante, né?

P.S.: Comecei a revisar meus textos antes de postar. Vamos ver se eu deixei passar alguma coisa.

Abraços a todos.

quarta-feira, setembro 30, 2009

Férias

Férias, em casa. Duas semanas sem o PC. Sim, castigo existe.

Durante essas duas semanas fui testemunha viva daquela afirmação: “Só sentimos falta de alguma coisa, quando a perdemos.” E bota falta nisso. Nunca tinha imaginado como ficar distante das besteiras virtuais me faria tanta falta.

Como tudo nessa vida tem um lado positivo e sempre podemos aproveitar o que nos acontece. Consegui ocupar o meu tempo, e haja tempo, fazendo duas coisas: lendo e escrevendo.

Li, pelo menos, dez livros nessas duas semanas, durante alguns dias, lia por mais de 15 horas. Passei tardes agradáveis e noites sonolentas na companhia da Sra. Austen tentando encontrar o equilíbrio entre “Razão e Sensibilidade”, caminhei pelo “Morro dos Ventos Uivantes” e encontrei “Jane Eyre” com as irmãs Brontë, atravessei a “Ponte para Terabítia” e presenciei “A Nova Quimera dos Vampiros” e “O Retorno da Bruxas” em “Lugar Nenhum” e ainda terminei levando “O Beijo da Sombras” que me fez sentir a “Viva Chama”. Foram bons momentos que me ajudaram a enfrentar o chato e monótono desfile das horas.

Para compensar a falta do blog peguei um velho caderno e passei a escrever quase todos os dias. Em dez dias mais de quarenta páginas foram escritas. A maioria, senão todos os textos, nunca verão a luz elétrica da internet. Todos tiveram sua importância em um determinado momento que ficou congelado no passado. Não posso dizer que passaram do prazo de validade, pois isso não acontece com as palavras, mas não há necessidade de serem tocados novamente. Não quero revisitá-los. Nem relê-los. Foram parte de um fluxo de pensamento e reflexões passadas, que seguiram com a força das águas. Alguns possuem confissões pessoais que soam ainda mais confusas quando transformadas em palavras. Os melhores textos sempre estão dentro da sua cabeça. Outros são esboços de poesias estranhamente influenciadas por Walt Whitman e a Sociedade dos Poetas Mortos. Alguns até caberiam no blog mais são reflexões e observações sobre certos momentos e ações que já passaram. De formas diferentes todos eles me ajudam a passar por essas duas ultimas semanas de férias. Segunda, de volta ao trabalho.

Me desculpem pelo texto grande, mas eu estava precisando compensar esse tempo todo longe daqui.

P.S.: Já tentaram escrever alguma coisa coerente em uma Lan House, no meio de 20 pessoas jogando Counter Strike? Não? Por favor, não tentem.

Abraços,

segunda-feira, setembro 14, 2009

Bienal do Livro 2009

Saldo da Bienal 2009:

  • "Diários do Vampiro" de L. J. Smith
  • Séria completa de "A Mediadora" da Meg Cabot
  • Muitas dores nos pés
  • "Viva Chama" de Tracy Chevalier
  • Aprovação no teste para paciência em fila
  • "A Histótia de Edgar Sawtelle" de David Wroblewski
  • "Diário da Sibila Rubra" de Kizzy Ysatis
  • Decepção por ver que a Bienal se transformou em um grande livraria, só focada em venda.
  • "O Talismã" de Stephen King (*_*)
  • Admiração pela Meg Cabot por aguentar todas aqueles fâs chatas gritando no ouvido dela
  • "A Coisa" de Stephen King (*_*)

quarta-feira, setembro 09, 2009

Escrevendo o que tem de ser escrito!

Finalmente minhas férias chegaram! Depois de dois anos trabalhando, um bom descanso.

Infelizmente nessas férias terei que passar em casa por falta de verba e de companhia. Viajar sozinho é muito "down" pra mim. Então sem nada muito "feriano" para ser feito decidi começar a fazer uma coisa que estava com muita vontade, mas sempre sem o devido tempo para organizar tudo: estou escrevendo um livro.

Essa vontade, como dito antes, já vinha de séculos atrás. Mas eu nunca me interessava corretamente pelo assunto e o projeto não andava. Agora em poucos dias, pesquisei o que pude no Google sobre como se organizar para escrever um livro e achei algumas dicas bem interessantes e outras explicações para coisas que eu já sabia. Segunda, de noite, esbocei todas as idéias que tinha na cabeça em um caderno, criei os meus personagens principais, e organizei (ou pelo menos tentei) toda a história de deverá ser contada, apontando os pontos mais importantes.

E como gastei tempo com toda essa organização! Só posso dizer que foi uma noite/madrugada longa para criar a base para o que eu queria. Como sempre colocar as idéias no papel mostrasse uma tarefa cansativa e, por vezes, desestimuladora. Tudo parece perfeito na sua cabeça, mas é só você colocar no papel, que todos os defeitos aparecem.

Depois de organizar tudo que eu consegui, parti para o trabalho em si. Escrevi a tarde e a noite toda de terça-feira e de hoje e a inspiração ainda esta presente. Cada hora que se passa novas idéias aparecem e são mandadas diretamente para o caderno. Esse lance de organizar tudo antes de começar a escrever me ajudou muito! Muito mesmo! Agora não me perco mais na história e era isso que me fazia desistir de dar continuidade as outras idéias que eu tive.

Só pra terminar, a história é uma mistura de fantasia e terror com suspense, que são os estilos que eu mais gosto de ler. Até agora ta me parecendo boa, mas qual pai que acho o filho feio, né?

domingo, agosto 23, 2009

Escapismo sob o Sol

Há quase duas semanas que não posto nada no blog. Em momento algum o blog saiu da minha cabeça, todos os dias faço uma, ou várias, visitas a ele. Mas as duas semanas que passaram foram preenchidas com muito trabalho, poucas horas de sono e horas ainda mais ínfimas a serem dedicadas ao blog.

Exatamente no meio dessas duas semanas foi um simples sábado na praia com meus amigos que me salvou de enlouquecer, como todo bom trabalhador metropolitano. Se alguém me perguntasse há, talvez, um ou dois anos atrás qual seria o meu lugar preferido eu responderia sem pensar duas vezes: “Qualquer lugar a não ser uma praia.”.

A idéia de ficar no sol me queimando não me parecia nada atraente e, minhas parcas experiências debaixo do sol foram, intimamente e ridiculamente, traumáticas. Felizmente, assim como várias outras coisas, minhas idéias e concepções sobre estar em uma praia mudaram completamente. Já procurei alguma explicação lógica sobre essa mudança, mas não consegui achar nenhuma melhor do que a simples necessidade de escapismo. Depois que comecei a trabalhar em um escritório onde o Sol não nos visita tanto quanto necessário para uma boa saúde mental e depois que percebi que uma palidez de aspecto cada vez mais doentio tomava conta de mim, percebi que o lugar onde precisava ir era a praia.

A parte mais atraente em ir à praia é me encontrar com o mar. Mas ele não merece ser citado nesse texto. Ele merece respeito e deve ser tratado com palavras melhores a mais bonitas do que as que apresente aqui. Talvez outro dias eu escreva um texto somente para Ele.

Só assim compreendi porque tantas pessoas gostavam de ficar sob o sol durante lonas horas. Exatamente esse ritual de deixar seu corpo ser aquecido pela luz do Sol passou a representar a limpeza física e mental que eu preciso fazer depois de passar 15 horas por dia dentro de escritório, durante duas semanas, só recebendo a iluminação das luzes brancas e da tela do computador.

Agora em vez de me esconder do Sol, fico feliz quando ele aparece.

Abraço,

sábado, agosto 08, 2009

Sábado. 01:42. Dor de cabeça. Filme italiano na TV.

Sábado. 01:42. Dor de cabeça. Filme italiano na TV.

Isso resume muito bem como estou hoje. Uma bela dor de cabeça está me acompanhando desde sexta-feira à noite e até agora não consigo fazer ela desaparecer. Noite de filmes na TV. Primeiro um triste filme britânico, depois um colombiano simples mas interessante e, pra fechar, um italiano exagerado e muito chato.

Depois do banho decidi que tinha que escrever alguma coisa aqui, por que o blog estava muito abandonado e sei lá, sábado de noite deveria ser inspirador pra escrever alguma coisa. Mas nada hoje ta andando direito. Bom dia de inverno, com direito a Sol e um brisa fresca, sem calor. Promessa não comprida de praia com os amigos me fez acordar cedo. Ainda pela manhã fui bombardeado, enquanto tomava café da manhã, por uma coleção, um tanto curiosa, de funks evangélicos. Aborrecido tomei banho e fui cortar o cabelo. Admito que não curto cortar o cabelo mas as minhas ultimas visitas ao barbeiro se mostraram realmente interessantes, agora cortar o cabelo é quase como um ritual. Ritual esse que sempre observei desde de criança quando ia com meu pai corta o cabelo mas que só agora consegui entender.

Depois disso o dia passou. Simplesmente passou. Os filme se tornaram chatos e mudos e as palavras não saem das páginas dos livros. Só ouço o silêncio, ou melhor, a falta de barulho que só a madrugada nos apresenta. Sento e escrevo um pouco e assim as horas passam...


segunda-feira, agosto 03, 2009

Postando só por postar

Postando só por postar... nada interessante para escrever.

Meu final de semana foi calmo, só com um estresse familiar na sexta à noite, pra fechar a semana bem. Sábado cheio de sono, vida de gato (o animal mesmo) total, dormi, acordei, comi e voltei a dormir. Só levantei da cama de noite pra ir na casa de um amigo e comer no MC às três horas da manhã. Domingo de mais morgação, só lendo HP e a Ordem da Fênix e pensando sobre o futuro (o meu, não o do Harry Potter).

Não queria transformar esse blog em um "Meu querido diário" mas só to postando agora para não deixar o espírito do blog morrer. Vamos ver se alguma coisa nessa semana me motiva a postar alguma coisa mais interessante do que o meu final de semana.

Livro

Coloquei um novo livro na área de dica. "Love" do Stephen King é, definitivamente, o meu favorito. Odiado pela maioria dos fãs, Love é focado no ser humano. É basicamente um hístória sobre escapismo e o amor que supera a morte. Li e fiquei extremamente impressionado com a forma que a história me prendeu e me fez lembrar de várias coisas.

Música

O cd da dica é o "Free" da OSI. Esse é o segundo cd que reúne sound design + rock + música eletrônica. Gosto de todas as músicas desse cd e admiro muito o trabalho do Kevin Moore (ex-Dream Theater) que comanda a banda.

terça-feira, julho 28, 2009

O Fantasma do Inverno Passado

Dia completamente normal hoje, normal até demais. As horas passam rápido, mas se arrastam ao mesmo tempo e, sou obrigado a assumir que, isso tudo me deixa confuso. Fico estupidamente feliz (na verdade seria feliz de uma forma estúpida, sem porque, nem onde) e irritado ao mesmo tempo. Talvez seja esse inverno que me irrita. Não se faz mais invernos como antigamente.

Me lembro do frio que me fazia usar calça de moletom e meias o dia todo, aquele frio que me obrigava a ficar debaixo da cama do dia todo, sem culpa. Comer um brigadeiro no inverno também faz falta. Agora tudo é mais quente e sem graça. O frio não é mais frio, ele ta sempre acompanhado de um solzinho tímido que atravessa as nuvens o suficiente para me fazer suar debaixo do casaco (ô saco, fica um tira casaco o põe casado o dia todo).

Quero o inverno e a minha infância de volta agora mesmo!

segunda-feira, julho 27, 2009

Aqui e de volta outra vez!

Resistir é importante!

A minha quantidade/freqüência de postagens no blog demonstra como eu sou. Se me empolgo com alguma coisa, me dedico 100% a ela, só que a minha empolgação não dura mais do que 3 dias, 1 semana pra mim é um recorde!

Já comecei diversos livros. Dei inicio a milhares de projetos pessoais. E tudo isso não dura nem um dia. Meu novo projeto é gastar menos dinheiro com livros e etc. Isso realmente ta me afundando, todo mês eu gasto uma dinheirama em livros, DVDs, quadrinhos e todo tipo de coisa. Decidi dar um basta nisso e coloquei como missão gastar somente o necessário nos próximos 6 meses. Meu problema maior é me controlar quando passo em frente a uma livraria, é só sentir o cheiro das páginas novas dos livros que os meus pés me levam diretamente pra dentro da livraria onde eu acabo comprando 2 a 3 livros sendo que minha lista de espera já está gigante.

Hoje mesmo, entrei na Galileu do Largo do Machado aqui no Flamengo e peguei dois livros pra comprar: “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata" e “Vampiros em Nova Iorque: Os Primeiros Dias” . Felizmente decidi largar a compra na boca do caixa, lutei contra o meu gênio mal e não quis levar os livros. Finalmente o meu lado racional levou a melhor numa livraria. Ouvi e, mais importante, dei atenção a voz que me dizia pra não comprar os livros porque no mínimo tenho uns 15 livros esperando serem lidos em casa.

Pois bem, fui forte e desisti da compra e abandonei a livraria na mesma hora, de forma meio impetuosa, devo admitir. As vendedoras coitadas... não entenderam nada mas se limitaram a só me olhar com incredulidade e desconfiança e claro, um pouco do raiva.

A impressão que eu deixei na Galileu pouco importa, o que é bom mesmo é que eu consegui resistir ao impulso de comprar mais livros! 3 vivas pra mim!

Qual livro você é?

Depois de anos sem passar por lá, visitei o blog “Os livros da minha estante” e descobri que a dona do blog voltou a vida e vários posts já estavam em esperando. Entre as ótimas dicas de livros um post indicava o link abaixo para um teste sobre “Qual livro você seria?”.
Assumo sem medo que adoro fazer esses testes onde você responde algumas perguntar idiotas e no final sempre fica desapontado porque nunca sai o personagem que você gosta. Esse teste sobre o qual livro você seria é substancialmente diferente desses que mostrar qual personagem você poderia ser. As perguntas são ótimas, as respostas melhores ainda. Os livros que apareceram pra mim são realmente perfeitos. Os meus foram: "A paixão segundo GH", de Clarice Lispector e "Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade. Pelas descrições eles realmente combinam comigo, tenho que comprá-los... esquece. Não vou comprar nada!

+ Livros e músicas (já chega né)

Sobre as dicas de leitura e musica, acho que “Na Natureza Selvagem” é um leitura obrigatória pra quem gosta de bons livros. Não vou contar a história aqui porque não gosto disso. Só digo que já reli o livro umas 3 vezes só esse ano. E o cd é o novo do “The Gathering” com a nova vocal, que putz, pra mim eles nunca soaram melhores! Quem se interessar é só baixar ou comprar pela net, porque nunca vi nenhum cd deles sendo vendido aqui no Brasil.

Abraços!

quarta-feira, junho 24, 2009

A Balança

Sabe aquela Crise dos 22, eu ainda estou nela. Ando cansado, dormindo mal e triste. Na verdade essa tristeza é o motivo para esse post. Imagino que exista uma balança entre coisas boas e ruins que acontecem nas nossas vidas e que no final da nossa existência, nós, de alguma forma, possamos medir e ver se nossa vida foi satisfatoriamente boa ou ruim.

A minha balança já está completamente desregulada pendendo fortemente para os momentos tristes. Não existe um equilíbrio na minha vida, passo por grandes períodos de tristezas e poucos pontos de felicidade e outros de inexistência emocional. Não sei se essa montanha russa emocional é normal na vida das outras pessoas, por isso não posso tomar essa falta de equilíbrio como algo recorrente.
Só sei que depois de tanto tempo navegando nessas águas meu corpo está extremamente cansado, se eu pudesse somente deitar e deixar de existir por algum tempo meu corpo agradeceria. De alguma forma não consigo mais chorar pela minha tristeza enquanto outros acontecimentos simples mais não menos cheios de emoções trazem lágrimas aos meus olhos. Livros, música e filmes não abrem mais portas para um escape como antigamente. Talvez as portas ainda sejam abertas mais eu não consigo mais atravessá-las. Sempre decidi dar tempo para que todas as emoções se acertem dentro de mim, mas acho que isso não vem mais acontecendo, mas eu continuo esperando que tudo se acerte com o tempo.

Todas essas lamentações realmente devem soar chatas e estranhamente clichês e infantis talvez, mas eu realmente precisava escrever alguma coisa sobre tudo isso. O texto também pode estar um pouco confuso e mal escrito e isso de certa forma colabora para a atmosfera e para a mensagem em cada palavra, cada letra escrita. Lutei o dia todo, na verdade dois dias para escrever esse texto e me abrir dessa forma. Comecei um texto usando uma analogia com o deserto e tudo mais e incluindo um personagem fictício, só que no final percebi que isso não adiantaria de nada, precisava escrever puramente olhando para dentro de mim e não me escondendo atrás de alguma fantasia boba. A sensação de terminar esse texto e rele-lo é estranha e reconfortante ao mesmo tempo, talvez eu não vá escrever mais sobre esse assunto, mas não posso garantir nada. É pra isso que esse blog serve.

Abraços.

Lendo: (Ainda) Reparação – Ian Mcewan
Musica: Anneke van Giersbergen – The Blowers Daughter (Estou ouvindo esse álbum umas 10 vezes por dia, quem puder dê uma conferida)

terça-feira, junho 23, 2009

Lamentações de um velho

"Time, it took the best of me... And left me with no key... To unlock the chest of remedy..."

Você conhece a Crise dos 22 anos? Não? Sinceramente, nem eu. Só sei que estou passando por ela nesse exato momento.

Não devo ter sido a primeira pessoa no mundo a passar por ela (pelo menos eu fico me repetindo isso até soar convincente). Estou me sentindo velho e acabado, já tenho até alguns cabelos brancos (quatro pela minha ultima contagem). Em outras palavras... o tempo não está sendo nada legal comigo.

E o pior é que eu não curto envelhecer e virar adulto, a vida adulta é regrada e sem graça. Se pudesse eu seria criança para o resto da vida eu seria e não por causa de todas as coisas boas e impensadas que podemos fazer quando somos crianças, mas sim pelo sentimento de felicidade frívola e praticamente contínua que temos quando somos crianças. Se estamos triste com alguma coisa, choramos, batemos pé e pronto cinco minutos depois nossa tristeza passa. Agora, se alguma coisa me deixa triste eu fico pelo menos 3 dias sofrendo por um coisa que no final eu nem me lembro mais e não tenho direito de chorar bem alto ou bater o pé. Mais uma vez, eu não gosto do ser adulto.

Abraços,

Lendo: Reparação – Ian Mcewan
Ouvindo: Nightwish – Higher than Hope

segunda-feira, junho 22, 2009

Verdades

Sempre quis ter um blog para escrever o que viesse a cabeça, talvez esvaziar a minha cabeça de pensamentos recorrentes que tenho durante o dia. Já tentei escrevê-los em um caderno, mas no final não deu certo, o resultado não é esteticamente satisfatório. Olho para o caderno preenchido com o meu garrancho e é impossível meu lado chato não pensar “Porra, que letra feia.”, “Que coisa desorganizada...”. Tirando que muitas vezes quando vou reler o texto não consigo entender milhões de palavras que estão escritas em algum código que minha mente só consegue produzir e interpretar em certos momentos de loucura e mau funcionamento cerebral.

Um blog me passa uma idéia de organização e limpeza. Tirando que posso compartilhar os meus textos com outras pessoas, o que, lógico, faz bem o meu ego de ser humano.

Não posso me comprometer e escrever todos os dias, por que nem sei se esse blog vai realmente durar o tempo que eu planejo no meu estouro momento de empolgação sobre algum projeto pessoal de certa importância para a minha vida. Talvez ele se transforme em um compromisso diário ou ele pode ser esquecido como meus livros imaginários que tinham grande chance de ser transformarem em grandes “Best Sellers” ou tantos outros blogs que eu já criei e que foram abandonados no mundo digital, todos os meus blogs órfãos.

Talvez essa compulsão por escrever deve-se a quantidade de livros que tenho lido ultimamente. De Stephen King, passando por Tolkien e terminando em Jane Austen. Percebo que meu gosto por livros refletiram as mudanças na minha personalidade com o passar do tempo. No começo tinha uma predileção por fantasia depois passei para os livros de terror do mestre Stephen King, leitura que me marcou muito. Nos últimos tempos tenho procurado por livros com dramas e grandes romances sem medo de soaram descaradamente femininos. Essa procura por relações humanas mais profundas talvez reflitam o meu amadurecimento. Antes procura um livro somente para fugir do mundo a minha volta, agora além uma válvula de escape os livros procuro uma forma de entender o ser humano e me entender também (tudo bem, essa frase vai para o hall das frases gays e clichês).

Lendo do grande blog “Os Livros da Minha Estante” que felizmente descobri recentemente, vi que o texto postado pela dona do blog “Tathy” resume muito bem o mundo que todos os fãs de livros vivem. Peço perdão a dona do blog por publicar o texto sem pedir permissão antes (que feio!!!).

Abismo

“Uma pessoa que lê compulsivamente às vezes dá uma de louca, vive num limbo, entre ficção e realidade. Além da nossa vida real, com todas as suas experiências, temos tudo aquilo que vivemos com os personagens e as histórias que lemos. E tem hora que dá um nó.
Temos que dar conta de nossa vida secreta e da vida real. Nos preocupamos com as pessoas que existem e com os personagens também. Aliás, existem personagens que a gente conhece mais do que algumas pessoas com quem convivemos.
O problema é que se você convive com pessoas que não leem tanto quanto você, ficar um gap entre tudo aquilo que você viu nos livros e a vida real.
Quantas vezes, diante de um pedido de conselho de alguém, já não mordi a língua quando a frase: "ah, mas tinha um personagem num livro que..." chegou à minha boca? A verdade é que as pessoas nao gostam que você dê exemplos ficcionais para aconselhar alguém na vida real, afinal, para quem não lê, aquilo não aconteceu de verdade!
O melhor que pode ser feito para diminuir esse abismo é chegar para alguém de quem você gosta e falar: “olha, eu queria ter apresentar um amigo” e pôr seu livro predileto na mão dele.”


Já escrevi tudo que tinha para escrever.

Abraço!

Lendo: Reparação – Ian Mcewan
Ouvindo: Anneke van Giersbergen – Come Wander With Me